Por Elena Cantó, People & Culture Director
No mundo da tecnologia, onde as tendências, ferramentas e soluções mudam em grande velocidade e as inovações não esperam, há algo que deve permanecer como base para que os desenvolvimentos tenham êxito: uma cultura corporativa centrada nas pessoas. Na Facephi, à medida que fomos crescendo, aprendemos que, para isso, é necessário cultivar uma comunicação autêntica e constante.
Em um ambiente de alto desempenho como o nosso, com mais de 70% da equipa composta por perfis tecnológicos, diferentes culturas e soft skills, é essencial gerar uma cultura de feedback em toda a organização. Não falamos apenas de implantações e produtos com frameworks ágeis, trata-se também do desempenho de cada colaborador(a), do seu momento de vida na empresa e da sua capacidade de desenvolvimento no papel que melhor se adapte.
Para isso, implementamos conversas de feedback one to one (1:1) entre gestores e membros da equipa – conversas que são muito mais do que processos de gestão: são o motor invisível que impulsiona o desenvolvimento profissional, reforça a confiança e mantém viva uma cultura de inovação.
Feedback que transforma
Na Facephi, entendemos o feedback como uma linguagem viva, frequente e específica, sempre orientada para o crescimento. Não é uma auditoria de erros, embora deles também se fale, mas sim uma oportunidade para reconhecer conquistas, aprimorar habilidades e antecipar oportunidades de melhoria antes que os problemas cresçam.
Quando bem geridas, estas conversas tornam-se um catalisador de desempenho e uma âncora de pertença para cada membro da equipa.
Aos poucos, essa cultura de feedback passa a fazer parte da conversa diária – não é preciso “buscar um momento para dar feedback”; ele flui de forma natural, gerando uma cultura de transparência, confiança e aprendizagem iterativa.
Da teoria ao impacto real: como criar uma cultura de feedback em ambientes tecnológicos
Normaliza o feedback como parte do fluxo de trabalho
Se em cada sprint, retrospectiva ou daily stand-up houver espaço para compartilhar feedback breve, as equipas internalizam isso como algo natural, não como um evento pontual.
Forma líderes e mentores em comunicação construtiva e cultura de feedback
Alguns perfis têm mais habilidades comunicativas do que outros, mas isso não significa que não se possa aprender a ser um gestor técnico e, ao mesmo tempo, um perfil capaz de falar sobre temas complexos com a equipa sem desmotivá-la, mas sim acelerando o talento. Investir nessa habilidade é tão crucial quanto investir em formação técnica.
Incentiva a bidirecionalidade
A cultura de feedback não é apenas “de cima para baixo”. Permitir que os colaboradores deem feedback aos seus líderes fortalece a confiança e a transparência, gerando um espaço em que toda a organização aprende e cresce.
Reconhece publicamente as melhorias derivadas do feedback
Quando uma optimização, uma redução de bugs ou uma melhoria de UX nasce de um comentário recebido, celebrá-la reforça o valor de poder opinar. Pequenos gestos fazem a diferença.
Numa empresa global como a Facephi, esses hábitos de comunicação têm um efeito direto no negócio: aceleram a resolução de problemas, reduzem atritos no desenvolvimento de soluções e ajudam a fidelizar os melhores talentos.
E não é por acaso que essa cultura foi reconhecida na segunda edição dos Prémios Customer Centric, organizados pela consultoria internacional Lukkap, em que fomos premiados como a empresa com o melhor eNPS (Employee Net Promoter Score) de liderança de toda a Espanha. Isso demonstra que os gestores da Facephi foram os mais bem avaliados do país. Mas, para além do número, o que esse prémio reflete é algo muito mais importante: a confiança e a conexão que existem nas equipas.
Impacto no negócio
Num contexto tecnológico como o da Facephi, este exercício não apenas cuida do bem-estar das pessoas, como também garante que o seu potencial esteja alinhado com os objetivos estratégicos da empresa.
Esse alinhamento impacta diretamente o negócio. A qualidade e a clareza do feedback traduzem-se em métricas tangíveis que também afetam os resultados, por exemplo:
- Melhor time-to-market: problemas detetados e corrigidos mais cedo reduzem atrasos nos lançamentos.
- Maior qualidade do produto: menos incidentes em produção, mais satisfação de clientes e utilizadores.
- Atração e retenção de talento: perfis técnicos valorizam ambientes onde são ouvidos, reconhecidos e apoiados no seu desenvolvimento – essencial na “guerra” por talento no nosso setor.
- Inovação sustentada: a troca constante de ideias e melhorias alimenta um ciclo contínuo de inovação.
- Correção de hábitos negativos: em programação, design ou cibersegurança, pequenos descuidos repetidos (não documentar código, pular revisões de segurança…) podem gerar falhas graves.
- Concretização de OKRs: o one to one transforma os OKRs em um processo vivo, não em um documento esquecido numa apresentação. Ajustes rápidos fazem a diferença entre “quase chegar” e alcançar ou superar o objetivo.
Na Facephi acreditamos que investir tempo em dar feedback e manter conversas regulares não é uma tarefa operacional, mas sim uma aposta estratégica, porque sabemos que, quando se cultivam equipas comprometidas, resilientes e conectadas, não só se fortalece o presente, como também se constrói um futuro com maiores garantias de sucesso. Embora a cada dia incorporemos mais tecnologia, temos ainda mais certeza de que são as pessoas – com o seu compromisso e a sua capacidade de fazer as coisas acontecerem – que fazem a diferença e nos distinguem no mercado em relação aos nossos concorrentes.